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INO1 - Uma política para fomentar a inovação na organização é estabelecida

Perfis aplicáveis: I, II e II

Valor

A inovação tem se destacado como um dos principais pilares da competitividade das organizações. Apesar de em geral as pessoas reconhecem a importância de inovar, ao solicitá-las definições e exemplos práticos, não raro se identificam respostas imprecisas e que apontam para direções muito diferentes. Ao formalizar políticas da organização para fomento da inovação, espontaneamente tal política se dissemina como princípio para toda a organização, e não apenas dentro de setores específicos, incentivando todos da organização para a inovação.

Por outro lado, tratar a inovação de forma trivial e descomprometida pode ser um dos fatores para que os esforços empreendidos não tragam os resultados esperados. Existem exemplos isolados bem-sucedidos de inovações em organizações que as conduzem de forma infrequente, irregular e imprevisível, mas a grande maioria falha se não estrutura minimamente suas iniciativas de inovação.


Explicação

Existem diversas maneiras de se obter inovações, independentemente do seu custo. Em geral, as inovações que exigem maiores investimentos e que geralmente são disruptivas são frutos de P&D. Algumas outras maneiras são por meio de transferência de tecnologia, cooperação com centros de pesquisa, compras de bens de capital e contratação de consultores externos. Exemplos de meios mais simples e menos custosos de inovar incluem: aprendizado com a experiência prática e/ou programa de qualidade realizado pela própria empresa, troca de informações com parceiros de negócios, estudos de livros e outros materiais de ensino, além de participação em eventos especializados.

No ambiente interno das empresas, esforços de se gerar e/ou implantar inovações podem ser combatidos por “anticorpos naturais” da organização, a menos que sejam protegidos e dotados de validade, suporte e atenção. A consolidação de uma política formalizada para fomento da inovação apoiada por equipes de trabalho visa nortear a construção da capacidade de inovação permanente em uma organização industrial.

Gerenciar a inovação em uma organização vai muito além das atividades que levarão à oferta de novos produtos e serviços no mercado. Envolve também mudanças na forma como se produz, nas estratégias e rotinas organizacionais, em como as pessoas internas e externas à organização serão envolvidas, em como ocorrem as conexões com outras organizações e no entendimento de como este esforço está, de fato, contribuindo para a sobrevivência e competitividade do negócio.

Assim, a forma de originar, desenvolver e introduzir inovações se torna central para uma organização: para uma organização nascente, a inovação pode trazer oportunidades de inserção no mercado; para uma organização em crescimento, a inovação pode levar a identificar e explorar vantagens competitivas; já para uma organização madura, a inovação pode levar à diversificação e novas aplicações de produtos e serviços.

A política de inovação assumida pode estar diretamente ligada tanto ao crescimento quanto à própria sobrevivência da organização, e se transformar no meio pelo qual mercados tradicionais possam ser invadidos por produtos ou serviços substitutos, introduzidos pela própria ou por outras organizações.

Por meio da política de inovação, busca-se responder perguntas do tipo: Como a inovação será tratada no âmbito da organização? Como os recursos serão providos? Como será gerenciada? Como esforços de pessoas serão mobilizados em prol da inovação? Como justificar uma atribuição de recursos para isto?

Criar uma capacidade sistêmica de inovação passa pela articulação de estruturas organizacionais, mas é importante lembrar que não há uma única maneira de estruturar uma organização para inovar. Neste contexto, quatro elementos precisam ser considerados na arquitetura para a capacidade sistêmica de inovação, conforme apresentado na figura a seguir, obtida de [1].

  • Liderança e Organização: comprometimento dos líderes da empresa e distribuição da responsabilidade pela inovação por toda a organização.
  • Cultura e Valores: reconhece que a maioria das culturas corporativas não estimula o aprendizado coletivo de forma que abranja todos os níveis, funções e negócios.
  • Pessoas e Capacidades: toma a inovação como uma habilidade a ser adquirida e a criatividade das pessoas como potencial vantagem estratégica. Reposiciona o papel dos recursos humanos e busca atrair pessoas com potencial empreendedor.
  • Processos e ferramentas: engloba ferramentas, processos e mecanismos práticos para gerenciar a inovação, sendo relevante considerar métricas e critérios de premiação, além de avaliação de carreiras e remuneração com base em inovação.

[1] SKARZYNSKI, P.; GIBSON, R. Inovação: prioridade número 1 - o caminho para transformações nas organizações Campus, 2008. 336p. ISBN 9788535228977.


Dicas

É normal as empresas terem dificuldades para instaurar o ambiente adequado para o desenvolvimento das atividades e projetos de inovação. Portanto, torna-se necessário considerar algumas pré-condições para que a iniciativa de inovação ocorra, como garantir disponibilidade de tempo para a inovação, buscar a maximização da diversidade e criar oportunidades de contatos e conversas.

A indisponibilidade de tempo é a queixa mais comum dos gestores, em geral decorrente do baixo desempenho em inovação. Apesar de não haver uma regra, alguns autores e empresas sugerem entre 10 e 15% da carga horária das pessoas para viabilizar a geração e condução de novas ideias.

Vale notar que, muitas vezes, o que é tratado como responsabilidade de todos facilmente pode ser considerado como responsabilidade de ninguém quando as coisas não estão indo conforme o esperado. Portanto, uma política que atribua adequadamente papéis e responsabilidades garante a existência de alguém no comando, mesmo em momentos de crise.

A literatura oferece diversos métodos, técnicas e ferramentas para a inovação, entre eles Roadmaps Tecnológicos, Design Thinking e TRIZ. Cada ferramenta ou método possui seu valor e seu contexto próprio de aplicação, podendo assumir forte protagonismo em algumas iniciativas organizacionais de inovação.

processos/ino/ino1.txt · Última modificação: 2022/11/11 22:44 por admin